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sexta-feira, 28 de março de 2014

Professor S

Quando eu era pequena lembro-me do horror que eram as aulas de educação física, especialmente quando entravamos no capitulo Ginastica.
Eu ficava paralisada na posição pré cambalhota. E enquanto o meu professor me dava um pequeno balanço para eu rebolar, os meus braços cresciam como raízes até ao chão.
Era assim que reagia (ou não regia) aos meus medos.
Achava-o o demónio em pessoa, não percebia o que hoje vejo. Ele queria passar-me segurança e dizer: vai em frente que estou aqui. Não te vai acontecer nada.
Eu não sei exactamente do que é que tinha medo. Se era medo de me quebrar toda ou de outra coisa, qualquer. Acho que era um medo mais irracional do que outra coisa.
A vida tem me pedido para fazer algumas cambalhotas. O que hoje sei é que não adianta criar as tais raízes, só piora pois a certa altura elas podem partir-se.
O melhor é ser flexível, deixar-me ir, enrolar-me que nem um gato e ir. O melhor é ter a atitude que ele me ensinava.
Provavelmente já não o conheço se me cruzar com ele.
Que ele achará disso?



segunda-feira, 21 de maio de 2012

Lembram-se disto?



Mónica e Cebolinha
Cascão e Magali 
...são estes os principais personagens da Turminha.

Espectacular descobri que ainda fazem a minha banda desenhada favorita. Na verdade só se vê disso à venda nas banquinhas.
Quando era miúda nunca gostei das revistas da Disney. Eu achava piada era à Turma da Mónica.
Faz 50 anos que existe.

Hoje comprei uma revistinha para matar a saudade.
Deixo umas tirinhas para vos abrir a vontade de ler :)



Disclamer: o Snoopy continua a ser o meu nº1 só que, quando era pequenina do snoopy só os desenhos animados na TV. Mesmo assim nasceu a minha paixão pelo raio do beagle!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Domingos de antigamente

Mais um domingo daqueles que são vazios, ocos e cheios de silêncio.
Poderia pensar em adiantar trabalho, em fazer isto ou aquilo, mas o céu cinzento é desculpa para ficar em casa e não fazer nada.
Penso como seriam os domingos se tivesse família aqui e recordo a minha infância. A minha mãe a preparar o almoço, o mais cuidado e elaborado da semana, eu a fazer os TPC e o meu irmão a dormir. O meu pai rodeava o fogão e ia aprovando os temperos. Depois começava a gritaria para o acordar e quando as pestanas o permitiam, aí vinha ele para mesa. Em jezum era capaz de enviar um prato de polvo assado com a mesma leveza que eu tomo um galão e torradas.
Longe vão estes tempos.
A casa já não é a de família e a família foi partida em bocados.
Mas nós somos mesmo complicados, eu sou mesmo complicada. Nessa altura provavelmente desejava viver sozinha para não ter horas e compromissos para nada.
Mas o melhor do dia, ou não, era o passeio dominical.
Os meus pais saiam sempre ao domingo à tarde e até certa idade tivemos de ir com eles.
O trajecto era quase sempre o mesmo. Não, não é por isso! Até numa ilha haviam outros roteiros.
Lá iamos à cidade, passavamos na baixa, eles decidiam um sítio para tomar café e eu e o meu mano escolhíamos o ovo Kinder.
Escolha complicada, chocalhavamos, analisavamos e nunca saía o que queríamos.
Depois no regresso a casa, a paragem obrigatória na casa dos meus tios. Que seca...
Lá me chamavam saco de batatas e dentes de feijão ao meu mano.
Mas todo este filme tinha uma trilha sonora. A cassete nunca mais ficava com a fita gasta, desejava eu.
Ainda hoje, mal ouço “I just call to say i love you” mudo logo de frequência!

domingo, 2 de maio de 2010

Chinelos de morango


Este sabádo consegui concretizar o desejo que tinha já há algum tempo de ver o filme "O rapaz de pijama às riscas".

Longe de mim querer fazer qualquer critica cinematográfica, para isso existem peritos. Apenas posso dizer o quanto a estória é linda, embora nos recorde a crueldade do ser humano e uma época da nossa história que não devia ter acontecido.

O filme começa com uma frase que achei estupenda:

"Childhood is a measured out by sounds and smells and sights, before the dark hour of reason grows " - John Betjeman

É tão difícil encontrar as palavras certas para expressar sentimentos ou situações, mas esta frase consegue-o!

E sobre cheiros da nossa infância estes ficam cá p'ra sempre...


Na minha casa havia um armário na cozinha que se destinava a ser a farmácia da família. Lá podiamos encontrar desde as habituais aspirinas, até às saquetas com papa de giz para forrar o estomâgo da minha mãe ou as cápsulas de óleo de fígado de bacalhau do meu pai. Sim, ele tomava religiosamente as suas cápsulas esperando assim garantir mais uns anitos por cá. Lembro-me de ouvir a minha mãe repetir milhares de vezes: "ah tu não vais morrer! Ficas cá p'ra semente!"

Nessa altura, minha mãe era muito dada à arte culinária e doçaria. Fazia-nos bolos de aniversários que impressionavam qualquer pasteleiro de barrete branco.

Tive um Snoopy, uma Barbie. No Natal haviam sinos ou árvores. O meu irmão teve a cidade dos estrunfes com casinha de cogumelo e tudo, um palhaço e outros tantos.

Creio que numa dessas empreitadas ela deve ter precisado de aroma de morango. Então como não gastou tudo, guardou o fransquinho junto dos remédios.

Desajeitados como são os homens, o meu pai numa das vezes que ia à sua cura milagrosa, derrubou o fransquinho que caiu no chão da cozinha e se partiu em mil niscas.

Ele ainda estava de chinelos, eram aquele modelo clássico que homem que imitam cabedal e por isso ficaram impregnados de aroma de morango.

A partir desse dia, eu e o meu irmão achavamos muita piada aos chinelos do meu pai que cheiravam sempre a morango!

Periodicamente lá iamos snifando os chinelos, mas não havia chulé que lhe pegasse, eles cheiraram sempre a morango até ao fim dos seus dias...

domingo, 4 de abril de 2010

Menina da bandolete


A minha infância trás-me sempre à memória histórias fantásticas...
Por estes dias estava com a minha bandolete Evita Peroni e lembrei-me de uma delas.
Se não estou em erro, a moda das bandoletes voltou em força no ano passado. E eu, seguidora assídua das tendências sazonais, comprei uma.
De facto, há que reconhecer a utilidade deste acessório para o cabelo, por isso, podiam ter-lhe dado um nome mais jeitoso. E, bem bom usar-mos a palavra "bandolete", porque segundo acabei de ver na wikipedia, podíamos dizer qualquer coisa como: "hoje vou combinar a minha roupita com uma testeira Louis Vuitton" :D ou então: "estou a pensar que, esta camisola ficará bem com a minha gigolete Dior". Gigolete?!? Testeira?!?!
Quando menina de escola, dinheiro era coisa que não abundava, pelo que, não havia margem para grandes estravagâncias. Um dia, recebi de alguém emigrado na América, um monte de ganchos de cabelo e aí uma dúzia de bandoletes. Lembro-me tão bem. Os ganchos eram de plástico e haviam de todas as cores. Amei-os mas, o meu farto cabelo era demais para eles. Para os usar tinha de fazer madeixas aí de 3 fios de cabelo. Assim, não me foram muito úteis. Usei-os nas bonecas.
As bandoletes eram de baclite e havia uma de cada cor.
Nessa altura, ainda tinha idade de partilhar brincadeira com o meu irmão mais novo 3 anos. Eu era a Barbie, ele o Ken (fictício pois eu só tinha a Barbie). Dos carrinhos dele, escolhia a frota para a minha Barbie e ele, fazia o mesmo para o seu personagem.
Como bons namorados que eram, a dada altura a Barbie convidava o Ken para jantar na sua casa, mas lá, na sua super agenda, por vezes ele não podia. E pronto, qual discussão conjugal, aquilo era uma verdadeira luta na qual o meu irmão acertava-me em cheio no meio da cabeça. Apenas sentia, os piquinhos da bandolete magoarem-me o couro cabeludo e, da minha preciosa bandolete, voavam 2 partes iguais, uma para cada lado.
Seguiam-se choros e gritos.
 
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