Sou má cidadã

Finalmente, acabei de contribuir para as respostas a:
"quantos somos, onde trabalhamos, que estudos temos, como vivemos?"
compete-nos colaborar com o recenseador, é verdade.
Faz parte dos nossos deveres de cidadão. Mas eu sou péssima nestas coisas.
Primeiro, encheram-me a caixa do correio com não sei quantos formulários. Anexo, estava um papelinho demonstrando a indignação da recenseadora por eu nunca estar em casa.
Era suposto estar? E se tirasse um dia de férias para ficar à espera da sua visita?
Já pensaram em ir à noite à casa das pessoas? Tipo, quando a classe operária está em casa...
Segui-se um papelinho com o número 4 a negrito e increase font size, seguido de pontos de exclamação. Era o número de tentativas frustradas para me apanhar.
Epá está certo! Está a fazer o seu trabalho.
Até que ouvi falar do término do prazo e da obrigatoriedade e consequente multa. Medo!
Dirigi-me para o site do INE, mas, mas... ela não deixou as senhas!
Ok, era o último dia.
Sou mesmo má cidadã, nunca dou o meu contribuito :S
Mas alguém é persistente e deixou um aviso para me dirigir à junta de freguesia.
Mas é 6ªfeira à noite.. estarão abertos amanhã?
Até que fui apanhada na curva, domingo às 22h, campainha e era ela! Finalmente tive o prazer de conhecer a minha recenseadora! Juro, juro que vou lá amanhã.
Ah mas podemos fazer agora?
Levei os impressos para o emprego, digo eu.
Que chatisse, também não tenho aqui no carro nenhum.
É o destino, parece um complô contra mim!
A meio de um série de reuniões, lembro que me comprometi. Vou ao google e sou deparada com um horário tipíco de função pública e fechado na hora de almoço!! Bolas e agora como vou à junta de freguesia??
Tento escapar às 17h30 e ainda consigo, pensei.
Pois está-se mesmo a ver que não consegui.
Chego a casa, frustrada. Que vergonha, ela disse-me que eu era a última da freguesia, quiça concelho!
Ok, corro para a caixa de correio com esperança de um bilhetinho teu.. ei-lo!
Agora já vem sublinhado com marcador fluorescente. Está a ficar negra a coisa, pensei.
Será que ela pensa que eu estou a fugir?
Talvez tenha percebido o meu sotaque e pensa que sou imigrante cladestina...
De amanhã não passa!
Já está. Faço parte dos números de Portugal!!