domingo, 20 de fevereiro de 2011

Domingos de antigamente

Mais um domingo daqueles que são vazios, ocos e cheios de silêncio.
Poderia pensar em adiantar trabalho, em fazer isto ou aquilo, mas o céu cinzento é desculpa para ficar em casa e não fazer nada.
Penso como seriam os domingos se tivesse família aqui e recordo a minha infância. A minha mãe a preparar o almoço, o mais cuidado e elaborado da semana, eu a fazer os TPC e o meu irmão a dormir. O meu pai rodeava o fogão e ia aprovando os temperos. Depois começava a gritaria para o acordar e quando as pestanas o permitiam, aí vinha ele para mesa. Em jezum era capaz de enviar um prato de polvo assado com a mesma leveza que eu tomo um galão e torradas.
Longe vão estes tempos.
A casa já não é a de família e a família foi partida em bocados.
Mas nós somos mesmo complicados, eu sou mesmo complicada. Nessa altura provavelmente desejava viver sozinha para não ter horas e compromissos para nada.
Mas o melhor do dia, ou não, era o passeio dominical.
Os meus pais saiam sempre ao domingo à tarde e até certa idade tivemos de ir com eles.
O trajecto era quase sempre o mesmo. Não, não é por isso! Até numa ilha haviam outros roteiros.
Lá iamos à cidade, passavamos na baixa, eles decidiam um sítio para tomar café e eu e o meu mano escolhíamos o ovo Kinder.
Escolha complicada, chocalhavamos, analisavamos e nunca saía o que queríamos.
Depois no regresso a casa, a paragem obrigatória na casa dos meus tios. Que seca...
Lá me chamavam saco de batatas e dentes de feijão ao meu mano.
Mas todo este filme tinha uma trilha sonora. A cassete nunca mais ficava com a fita gasta, desejava eu.
Ainda hoje, mal ouço “I just call to say i love you” mudo logo de frequência!

0 comentários:

Enviar um comentário

 
Copyright 2010 Janelas do Imaginário. Powered by Blogger
Blogger Templates created by DeluxeTemplates.net
Wordpress by Wpthemescreator
Blogger Showcase