terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Depressa depressa

tudo passou.
Tanta coisa que queria ter feito, tantas conversas que queria ter, tantos sítios que queria ver mas passou a correr.
Já estou de volta ao meu mundo real, como lhe chamo.
Desta vez as coisas tiveram outro sabor. Tudo foi feito como se pudesse ser a última vez.
É exagero, eu sei, vou imigrar não morrer, mas foi assim que senti.
Em cada sítio que estive tentei gravar um postal na minha memória, cada pessoa com quem estive tentei transmitir o meu carinho. Saboreei a minha cama, a minha casa.
A hora da despedida fez-me lembrar a patida para a universidade. Nós Açorianos somos ricos por ter nascido numa terra tão especial mas também sofremos pela separação que o mar nos impõe.
O regresso mais penoso foi exatamente após as primeiras férias de Natal. Eu já não queria regressar.
Sempre estive em casa e aos 18 anos acabados de fazer decidi estudar engenharia em aveiro. Essas coisas decidem-se facilmente, mas quando chega a hora é que se sentem.
Cada mala que arrumei foi um pranto meu e da minha mãe. Chorei rios e vomitei as entranhas.
Sinto-me a passar pelo mesmo.
Decidi com entusiasmo voltar a partir mas agora começo a sentir essa decisão.
Deixar a minha casa, as minhas coisas, os meus amigos, ficar a mais 8 horas da minha família... terei decidido bem? Serei capaz?
Eu sei que passados 15 anos, longe de mim querer regressar e que já me sinto mais daqui do que da terra de onde nasci e que por isso, talvez vá acontecer o mesmo agora.
Eu sei que muita gente reza por uma oportunidade destas mas não consigo deixar de pensar que a minha vida poderia ser bem mais simples.
Estou uma confusão.

1 comentários:

Vera disse...

Eu mal consigo imaginar o que estás a sentir. Tu sabes que vai muito provavelmente ser uma aposta ganha, é verdade mas não é isso que faz com que tu seja mais simples!

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