domingo, 15 de janeiro de 2012

estórias de outros emigrantes como eu...

Um querido amigo meu veio entusiasmado dizer-me que tinha de ir comprar a Visão desta semana.
É sobre gente como tu! Gente que emigrou para o Brasil!
E pronto, como ando à procura, em tudo que é sítio, de uma receita milagrosa p'ra lidar com isto, fui a correr comprar.
Não vinha nenhuma receita mas estórias de pessoas pela minha idade com um mesmo perfil: gente viajada, licenciada e que na sua maioria procura realização profissional (às vezes acima do desafogo financeiro).
Descobri que existem muitos portugueses aventureiros, devem ter restos de genes de antepassados que viveram nos tempos dos descobrimentos. Muitos partem mesmo sem visto e chegando é que procuram trabalho.
Na verdade, o meu ADN deve ter ficado excluído de qualquer cromossoma com esses dito cujos, fiquei com um erro no meu código genético pois só parto porque tenho alguém à minha espera.
Mas com a quantidade de portugueses que estão a partir, o mais certo é esbarrar com alguém conhecido. O artigo refere que só na 1ª metade de 2011, foram atribuídos 52 mil vistos de trabalho a portugueses e a estes há que juntar os ilegais.
Também fiquei a saber que só são indeferidos os vistos que não colam mesmo, por exemplo, uma padaria que solicitou o visto de trabalho para uma advogada... hummm.. Será que fazer pão requer saber o código penal?.. Realmente era um bocado óbvio.


E para aqueles que me têm dito:
Ahh pelo menos vais para um país com a mesma língua. É mais fácil!
Medo... o artigo refere a necessidade de entoar. Abrasileirar. Senão irei ouvir muitas vezes:
Oi?
Parece que sim, que é verdade que eles têm dificuldade em nos perceber, principalmente os que não estão habituados a conviver com portugueses.
E falar mais devagar também parece não resolver. Porra!!... este foi o meu truque para os continentais me perceberem quando eu vim estudar para Aveiro.
Portanto, euzinha da silva com meu catacterístico sotaque açoriano terei dificuldade acrescida de ser compreendida.
Ai que 'tou lixada!
Com certeza vou ter muitas anedotas verídicas para contar como quando telefonei para a receção do resort em Angra dos Reis a pedir uma balança de quarto e eles trouxeram o carrinho de golf onde carregavam as malas...verdade!
...e, neste momento já decorrem apostas entre os meus amigos sobre como será o meu sotaque da próxima vez que me virem.
Amigos, por favor, avisem-me se começar a falar brasileiro! Passo logo um mês seguido nos Açores em estágio de linguística para pôr tudo no sítio!




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